quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Recorde de gols por temporada

 A imprensa catalã divulgou com estardalhaço, e jornalistas do mundo inteiro repercutiram sem pensar, a informação de que Lionel Messi bateu o recorde de gols de Pelé em uma temporada. Como a notícia, mesmo para quem acompanha o futebol superficialmente, parece inverossímil, ela vem acompanhada com uma errata, ou melhor, uma explicação: só foram contados os gols em “jogos oficiais”. Com 91 gols, Messi teria marcado 16 a mais do que Pelé, que em 1958 marcou 75 “oficiais”.

Excluir os jogos “amistosos” da carreira de um jogador que atuou até a década de 1970 é o mesmo que ceifar dessa carreira de alguns de seus momentos mais grandiosos. Pois o que hoje se entende como “amistoso”, quase um jogo-treino sem importância, antes podia significar duelos lendários, que ficavam definitivamente para a história.
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Em 1959, por exemplo, ano em que marcou 101 gols, Pelé foi o autor de quatro tentos na vitória impagável sobre a Internazionale, no Torneio de Valência, por 7 a 1. Você chamaria uma partida contra a Inter de Milão “amistosa”?

E em 1961, quando Pelé chegou à marca, esta sim um recorde, de 110 gols na temporada, dois deles foram confeccionados na faiscante decisão do Torneio de Paris, na qual o Santos enfrentou o Benfica, campeão europeu, e goleou por 6 a 3.

Por que adversários consagrados como Internazionale e Benfica têm de ser deletados da contagem de gols de Pelé, enquanto equipes inexpressivas, como Malaga, Getafe, Zaragoza e quetais merecem ser incluídas entre as generosas adversárias do Barcelona de Messi? Por que a imprensa catalã quer? Ou porque no idiotizado mundo das estatísticas, estes últimos têm o privilégio de participarem de “jogos oficiais”?


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