quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sinônimos diferenciados

Na ingenuidade tampouco perspicaz da vida, via a vida e as histórias de duas maneiras; o certo e o errado. O sucesso e o fracasso. Equívoco.

Sim, antecipo a tua fala. O discurso clichê – e correto – de que as derrotas e os erros nos dão aprendizado, resultam em experiência, esperteza, malandragem – no bom sentido – essência à alma que virá a enfrentar muito do pior. Equívoco? Sim, novamente.

Pois bem. A falta de experiência que aqui registro não está na busca por compreender a importância dos tropeços. Mas compreender que erros e acertos, sucessos e fracassos, estejam, talvez, entrelaçados por si só. Uma história, aparentemente terminada, enterrada e compreendida como “errada”, vem a dar certo algumas semanas depois, por ironia do destino, na maior improbabilidade, o que faz o certo evoluir para perfeito, mágico, épico – ou errado. Tudo graças ao adjetivo acima, o tal errado, dessa forma julgado, desencadeia no certo. Ou incerto. Vai entender.

O objetivo ao fazer esse confuso e inquietante jogo de palavras é justamente mostrar quão confusa a vida. Não há certo, errado, fracasso, sucesso. Não existem apenas dois caminhos, nem três, quatro. O caminho é um. Ou nenhum. Talvez não haja caminho. Talvez andemos sem rumo. Ou damos voltas e mais voltas ao mundo, aprendendo tanto que nem percebemos.

Compreendamos que a gramática classifica certo e errado, vitória e derrota, perdas e glórias como antônimos, expressões opostas. No entanto, talvez, a vida tente mostrar-nos que ambas as experiências, se vividas com essência, interpretadas corretamente, sejam sinônimos. Derrotas, vitórias, lutas, glórias. Errado ou o certo. Talvez a vida seja um resumo o errado que deu certo, ou vice-versa. Nunca se sabe.

São os tais sinônimos diferentes. Distintos por detalhes, iguais em uma só história.
Tanta experiência – boa ou ruim – serviria de alguma maneira. Poeta ou não, decifro em versos a minha interpretação, talvez correta, da essência de viver. Vida que segue.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Por que o prêmio FIFA Ballon D'Or é falho

O prêmio da Bola de Ouro da FIFA é entregue em uma ilustríssima festa anual. Tudo do bom e do melhor. Artistas, cerimônia de abertura, produção, apresentadores de ponta e uma cobertura de gala com a presença dos principais craques do futebol mundial, divulgando os principais feitos e nomes do ano. Melhores treinadores, seleções mundiais, melhor jogadora do planeta, destaques, o gol mais bonito e, especialmente, o prêmio de melhor jogador do mundo na temporada em questão.

 No entanto, tratando-se de FIFA, a frase é uma só: se engasga com mosquito enquanto engolem elefantes - mas não os brancos. No caso, de ouro.
 Segue abaixo a lista de jogadores, capitães e treinadores que votam e elegem os principais candidatos a melhor jogador do mundo. 

Fonte: Globo Esporte

Além de alguns jornalistas escolhidos, grande parte dos votos está nas mãos dos treinadores das seleções e de seus respectivos capitães. Na lista acima, é inegável não notar o tendenciosismo na maioria dos votos. 

 Enquanto Messi e Neymar votavam apenas jogadores do Barcelona à lista dos três finalista e o treinador do clube catalão, Luís Enrique, ao cargo de melhor em seu posto, Cristiano Ronaldo votava em três do Real e em Carlo Ancelotti, ex-treinador do clube merengue. Schweinsteiger, capitão da seleção alemã, optou por votar em dois companheiros de escrete como melhores do mundo. Joachim Low indicou três alemães, e ainda por cima Pep Guardiola como melhor treinador, até então no Bayern, principal clube da Alemanha.

Tata Martino, treinador argentino, talvez tenha sido o exemplo mais alarmante do tendenciosa votação, ao lado de Jorge Sampaoli, técnico chileno. Enquanto Tata votava em três jogadores argentinos, Sampaoli indicava Alexis Sanchez e Arturo Vidal a segundo e terceiro melhores do planeta, ambos da seleção chilena. 

 Pois bem. Opiniões a parte, não há nada de opinião na lista acima, pelo menos nada sincera. Ou, ao menos, é o que menos se vê.  Convenhamos, cara de pau maior não há.

 A solução estaria em dois caminhos: o primeiro seria conscientizar os bondosos e digníssimos capitães e treinadores de que não é sensato indicar a premiação de acrodo com seus respectivos interesses; a segunda seria pôr a premiação nas mãos dos principais jornalistas, grandes craques do futebol e dar direito de voto exclusivamente àqueles que não têm envolvimento algum com o sequer algum candidato à bola dourada.

 E quem dera fosse possível realizar a primeira ideia. Pulemos para o plano B. Ou a bola de ouro poderá ser chamada de ouro ao pé da letra, como nas grandes joalherias: paga-se mais, ganha. 


Daniel Oliveira Braune
#LaColuna13

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