quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Como explicar o Corinthians de 2013

 Dia 16 de dezembo de 2012. Um sonho a se tornar realidade. Uma retribuição pelo trabalho e o sofrimento duro de uma nação inteira durante vários anos. Naquele dia, o Sport Club Corinthians Paulista tornou-se campeão mundial de clubes, atropelando na final o poderosíssimo Chelsea.

 Nove meses depois, impressionantemente, o Timão encontra-se em crise, cambaleando ao longo de todo esse tempo. Durante o ano, o Timão vem sendo derrotado por equipes como Linense, Luverdense, Portuguesa e Ponte Preta. Além disso, a eliminação na Libertadores, péssima campanha no brasileiro e o futebol ruim apresentado são os principais motivos da turbulência no Parque São Jorge. Mesmo com um verdadeiro TIMAÇO no papel, o Corinthians ainda não conseguiu engrenar no ano de 2013, apesar do título estadual e da Recopa Sulamericana conquistada.

 Muitos ainda tentam descobrir "o que aconteceu com o campeão mundial" analisando jogadores, comissão técnica, táticas ou até mesmo alfinetando injustamente o grande treinador Tite. Porém, basta usar um pouco a cabeça para compreender o grande porquê da situação do alvinegro paulistano.

 Nos últimos anos, quando o Corinthians conquistou os maiores títulos de sua história, trabalho, bola nos pés e competência dentro das quatro linhas eram o grande dilema. E com um time sem grandes astros, sagrou-se o clube mais bem posicionado no planeta no fim do ano passado.

 Mas a partir de 2013, o Timão parece ter esquecido o seu jeito e o seu estilo de competir. Ao invés da garra, determinação e do bom futebol que lhe levou ao topo do universo no ano passado, o Corinthians tornou-se um clube completamente relaxado e frouxo, tanto dentro quanto fora de campo.

 Além do gasto excessivo com contratações pouco propícias para o time como Alexandre Pato (cujo preço foi mais de 40 milhões de reais), a diretoria do clube passou a dar mais atenção a tópicos como marketing, venda de camisas e patrocínios, deixando o futebol literalmente de lado.

 Essa não é a primeira e nem será a última vez que clubes brasileiros relaxam e vacilam após uma conquista de mundial. A gestão dos clubes brasileiros é ruim, péssima melhor dizendo. Não há planejamento, organização e a maior importância está sempre no extra campo e no lucro, jogando o futebol totalmente para escanteio.

 Um elenco com jogadores com peças como Cássio, Gil, Emerson, Guerrero, Douglas, Danilo. Que se dá ao luxo de ter no banco nada mais nada menos que Alexandre Pato e Renato Augusto (as principais contratações da equipe para a temporada) e ter simplesmente a maior renda anual de um clube brasileiro, foi eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores, faz uma apática e feia campanha no campeonato brasileiro e parece estar pronto para ser eliminado na Copa do Brasil também. 

 Que o ano de 2013 sirva de lição para muitos outros clubes que insistem em entrar neste "ciclo". Um clube com dinheiro, renda, maior número de camisas vendidas no país, patrocinador mais benéfico do país, com o mundo aos seus pés, pronto para vencer tudo que disputasse... que vai encerrando o ano em crise e sem conquistar seus principais objetivos. Afinal, meu amigo, futebol é dentro de campo. Quem olha demais para fora das quatro linhas, TROPEÇA!

Futebol europeu - por que tanta reverência ?

 Na tarde de ontem, pude assistir à partida entre Barcelona e Celtic, pela segunda rodada da UEFA Champions League dessa temporada. Uma partida cheia de expectativa entre o maior clube da Escócia e o dito "melhor time do mundo". Sem Messi, o Barça contava com seu bom toque de bola e as jogadas individuais de Neymar para bater a equipe do artilheiro grego Samaras.

 Mas o que para muitos seria uma partida de alto nível, com um baile do Barcelona ou até uma pressão na raça dos escoceses, desligou a TV com um gostinho de ilusão. A partida encerrada em 1 a 0 para o clube espanhol deixou demais a desejar e, até onde entendo de futebol, acompanhei uma partida de um nível tão fraco quanto o de algumas no próprio campeonato brasileiro. Para se ter uma ideia, o eleito por muito como principal jogador da partida foi Neymar, atacante que há alguns meses atuava nos gramados do Brasil.

 A partida de ontem foi apenas algum dos vários exemplos que podemos notar de partidas fracas de futebol no velho continente. Ontem mesmo, acompanhamos uma partida tenebrosa entre Zenit e Austria Wien, empatada em 0a0, que ao meu ver, teve o mesmo nível de uma partida da segunda divisão do nosso futebol. E para completar, o melhor jogador dessa partida foi também um brasileiro, Hulk, que deu o único toque de talento nessa partida deplorável.

 Agora, pergunto a vocês: Por que tanta reverência e "babação" ao futebol europeu ? Por que tanto pisoteio e agressão ao futebol brasileiro ? Realmente é dificílimo de compreender. É contra os meus argumentos ? Pense um pouco, afinal, jogadores como Deco, Seedorf, Zé Roberto e Alex pensam assim como eu. O futebol brasileiro é técnico, talentoso e esplendoroso, e é tão gigante quanto o europeu. E esses craques citados, que atuaram nos dois locais puderam comprovar isso em várias entrevistas.

 É só notarmos as últimas decisões do mundial de clubes da FIFA. No século XXI, foram disputadas quatro finais entre brasileiros e europeus, sendo três vitórias nossas e apenas uma deles. Ou seja, no único confronto direto ano a ano entre brasileiros e europeu, somos NÓS quem levamos a vantagem. O que dizer ?

 O futebol europeu pode ser mais organizado, dinâmico, tecnológico, de mais força tática e física. Mas quem disse que lá não há jogo feio ? Abra o olho, povo brasileiro. Sua hipocrisia está te consumindo. Tática e organização na Europa, técnica e talento no Brasil. Elas por Elas, tudo igual. Não há superior!

 Portanto, o meu recado para mídia, torcida, futebolistas e telespectadores é o seguinte: Valorize mais o NOSSO futebol.