quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fluminense na série A - "cumprimento da lei"

 Na última rodada do campeonato brasileiro de 2013, o Fluminense Football Club, pela terceira vez em sua história, foi rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Foi o quarto rebaixamento da história do clube, se contarmos com a queda para a terceira divisão em 1999. O tricolor carioca até venceu o Bahia na última partida, mas teria que contar com uma derrota do Coritiba para o São Paulo, que não aconteceu. Com isso, pela primeira vez na história, um atual campeão brasileiro foi rebaixado na edição seguinte do torneio.

 Porém, uma semana depois, um misterioso e estranho recurso apareceu na mesa do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD. E não adianta vir falar que o recurso "não veio" ou veio do Fluminense. Não há como saber. Uma ligação, um conchavo, uma "amizade" entre dirigentes e cartolas de Fluminense e CBF pode ter acontecido. É quase IMPOSSÍVEL analisarmos que "A CBF entrou com um recurso para fazer justiça." Afinal, justiça e CBF são palavras que nunca andam juntas. O recurso apontava uma irregularidade na escalação de uma partida da Portuguesa de Desportos. Aos 32 minutos do segundo tempo na partida contra o Grêmio, o atacante Héverton entrou em campo. Porém, o jogador estava suspenso devido ao terceiro cartão amarelo, o que lhe impediria de atuar.

 Sendo assim, houve o julgamento por duas vezes e a Portuguesa perdeu. O clube paulista caiu da 12ª para a 17ª posição e foi rebaixada par a segunda divisão nacional, o que manteve o Fluminense na elite e virar a mesa pela terceira vez em sua história.

 Muitos afirmam que a decisão foi "justa" e que "a lei deve ser cumprida". Mas que lei seria essa ?
 De um lado, um clube pequeno, de baixa renda, humilde. Do outro, um gigante do futebol brasileiro, com uma das maiores folhas salariais e um dos maiores patrocinadores do país, que por sinal já havia sido beneficiado da mesma forma por duas vezes em sua história em campeonatos nacionais. Que lei seria essa ?

 Agora eu pergunto a você, que nessa situação defende "a justiça ao Fluminense": Será que se fosse ao contrário, o Fluminense seria rebaixado ? Impossível. Será que se o Fluminense fosse rebaixado, vocês chamariam isso de justiça ? Pensem bem. E se fosse um Flamengo ou um Corinthians ali, na situação da Portuguesa. Como seria ? Aliás, nem seria. Se fosse um Flamengo, um Corinthians, um Palmeiras, um São Paulo... esse recurso era queimado muito antes de chegar ao STJD.

 Só para constar aos que não sabem, que o Flamengo foi punido para amenizar a situação. Sem riscos de ser rebaixado sem a punição, o recurso contra o rubronegro carioca foi aberto não para fazer justiça, meus amigos, mas sim para amenizar a injustiça feita à Portuguesa condenando também um gigante do futebol brasileiro.

 É por essa e mais outras histórias deploráveis que o futebol brasileiro está parado no tempo, deixando todos os outros encostarem em nós, deixando a Europa cada vez mais dominar o mundo da bola. Temos talento, jogadores e um povo apaixonado por futebol. Porém não temos organização, bom senso e muito menos pessoas honestas para tomarem conta da mina de ouro que é o futebol no Brasil. Cartolas agem em benefício próprio, pensando no dinheiro e no poder. Para eles, não importa o valor verdadeiro do futebol brasileiro.

 E você, meu amigo, que insiste em dizer que "a justiça foi feita", está muito enganado. Nenhuma justiça foi feita. Apenas o futebol brasileiro foi manchado mundo à fora e você não vê isso. Você, tricolor, que hoje comemora a permanência do Fluminense na primeira divisão, deveria sentir vergonha de comemorar um campeonato decidido nos pontos jurídicos. Afinal, a amargura de um rebaixamento de um gigante dura apenas um ano. Com essa decisão, o Fluminense eternizou e envergonhou ainda mais sua queda. Porque em qualquer lugar que o tricolor carioca atuar, ele será ironizado. Ironizado pela virada de mesa em 1996, pela ida da série C à série A em 2000... e agora na "permanência na elite" em 2013 às custas da entrada em campo de um jogador faltando 13 minutos para o fim de uma partida no qual a Portuguesa não tinha mais ambições. E o atacante que entrou ? Pouco encostou na bola. Tomem cuidado, clubes... agora mesmo em 12º garantindo série A com uma rodada de antecedência, você ainda pode cair. Quem sabe não acontece uma 39ª rodada ?

 E se você pensa que esse foi o cumprimento da lei, você está certo. Lei do silêncio. Lei do mais fraco.

Um ano se passou

 Pois é, meus amigos. Em um piscar de olhos, um ano inteiro já se foi. Exatamente no dia primeiro de janeiro de 2013, eu escrevia aqui, nesse mesmo local, no sofá da casa de minha querida tia em Ipanema no Rio de Janeiro o primeiro artigo do blog, sobre a contratação de Alexandre Pato feita pela Corinthians.

 Fui me apaixonando cada vez mais pela ideia e comecei a escrever mais. Opinei sobre a janela de transferências, as contratações dos clubes, as polêmicas sobre o futebol brasileiro e mundial, corrupção esportiva, Campeonato carioca, calendário do futebol brasileiro, brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, conquista heróica do atlético, crônicas de um apaixonado pelo Botafogo, homenagens a craques como Nilton Santos, que nos deixaram nesse ano.

 Com empolgação e felicidade, escrevi sobre os protestos do povo brasileiro e a histórica campanha do Brasil na Copa das confederações. Com muito ódio, escrevi sobre a bandidagem e a corrupção de FIFA, governo, mídia e CBF na Copa do Mundo e no brasileirão, além de acertar na mosca a minha previsão de que o calendário do futebol brasileiro iria gerar em protestos. Em abril, escrevi. Em novembro, se concretizou o Bom Senso Futebol Clube. Também acertei em cheio que era dinheiro jogador fora a contratação milionária de Alexandre Pato no Timão.

 Com a ajuda de companheiros como João Elias Cruz, Victor Oliveira, Leonardo Leal, Vitor Justino, Caio Féo, Serginho Gesualdi, Victor Chimisso,Caio Voloch, Ysac, Tiago Alves, meu pai Gustavo Braune, Diogo Ribeiro, Arthur Mazzi, Vitor, entre outros amigos, consegui manter de pé por um ano inteiro este blog, graças à ajuda nas discussões táticas, debates políticos, esportivos, maneiras de escrever, dicas, manutenções do blog, amor ao esporte, visualizações e, principalmente, incentivos morais.

 Sorri ao escrever no aniversário de Garrincha e Heleno de Freitas. Chorei ao escrever sobre a morte do maior ídolo da história do meu clube, simplesmente Nilton Santos. me mergulhei em tristezas ao ver o Botafogo decrescer no fim do ano mais uma vez. Porém, ressurgi com alegria ao pescarmos na última rodada uma vaga na Libertadores.

  Uma mescla inteira de todas as emoções. Emoções essas que se resumem, pelo menos em minha vida, a apenas uma palavra: F U T E B O L.

 O futebol está dentro de mim, e nunca sairá. Que venha um 2014 repleto de textos, melhoras na escrita, estudos e muito sucesso na minha vida "profissional". E quem sabe um dia, estas aspas na palavra profissional, saiam de linha. <3