quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fez-se história em meio à Crise - Jefferson: Aumenta a SeleFogo

 Anunciada a lista de Felipão, lá estavam os três goleiros. Dentre eles, o melhor do Brasil. O melhor das Américas. O melhor entre os três. Com seu nome na lista, dezesseis anos de espera acabaram. Três edições de Copas do mundo sem jogadores do Botafogo, já era algo do passado, ou melhor, passado recente. Afinal, o passado sempre deve ser lembrado com muito positivismo pelos botafoguenses. Craques, títulos, tradição, base de seleção brasileira nas décadas de 30, 50, 60 e em 1970.

 Quatro titulares em 58 e 70. Cinco em 62. Era alvinegro o melhor jogador da copa na Suécia, Didi. O melhor da Copa de 62, Garrincha, além do artilheiro, Amarildo. Ainda mais, o goleador do mundial do México, Jairzinho, o único jogador a marcar em todos os jogos de uma edição. Clube que simplesmente já teve os onze jogadores titulares numa partida do Brasil, que goleou a Argentina por 4 a 1.
 Grandes nomes, imensas lembranças, inesquecíveis momentos de um clube que, mesmo em crise política, rixa com a torcida, problemas salariais e em um poço de dívidas, consegue estender ainda mais a sua história. Sim, são coisas que só acontecem com o Botafogo.

 Jefferson de Oliveira Galvão, 31 anos de idade e pura tranquilidade emocional. Seja onde estiver, em qualquer situação, sua calma e serenidade impressiona. Seja num confronto entre reservas numa taça Rio ou numa final de mundial, ele está lá, pronto, apto e capacitado a evitar que qualquer bola vinda de um bombardeio adversário balance as suas redes. Seu reflexo apurado, sua elasticidade assustadora, a forma como se agiganta diante do atacante, são fatores que comprovam cada vez mais a desumanidade desse ser.

 Devido às inúmeras vezes em que salvou e ergueu o Botafogo, era mais que merecida a recompensa ao trabalho duro. Em 2004, com apenas 21 anos, salvou o glorioso do rebaixamento. Foi para o futebol turco, deixando o clube LITERALMENTE sem goleiro durante cinco anos. Foram mais de sete goleiros testados até a sua volta. Retornou em 2009, livrando o alvinegro de mais um rebaixamento. Em 2010, sagrou-se campeão carioca, defendendo um pênalti decisivo de Adriano Imperador. Teve sua primeira convocação na seleção principal, de onde não saiu mais, chegando a ser titular e defender um pênalti. Não há dúvidas de que sua vaga na Copa do Mundo é mais que merecida.

 Jefferson conseguiu fazer o que provavelmente poucos, pelo menos neste século, conseguirão fazer. Entrou para uma lista histórica, sagrada, mítica. Gravou e eternizou ainda mais o seu nome no Botafogo de Futebol e Regatas. Porque no meio de um inferno em General Severiano, um anjo surge para enriquecer ainda mais a nossa história. Mais um na lista da selefogo. Agora, são 47.

1930: Benedicto, Pamplona, Nilo, Carvalho Leite; 1934: Pedrosa, Germano, Octacílio, Canalli, Ariel, Waldyr, Martim Silveira, Carvalho Leite, Áttila; 1938: Nariz, Zezé Procópio, Martim Silveira, Perácio, Patesko; 1950: Nílton Santos; 1954: Nílton Santos; 1958: Nílton Santos, Didi, Garrincha; 1962: Nílton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Zagallo; 1966: Manga, Rildo, Gérson, Jairzinho; 1970: Paulo Cézar, Jairzinho, Roberto; 1974: Marinho Chagas, Dirceu, Jairzinho; 1978: Rodrigues Neto, Gil; 1982: Paulo Sérgio; 1986: Josimar, Alemão; 90: Mauro Galvão; 1998: Gonçalves, Bebeto; 2014: Jefferson.