terça-feira, 19 de maio de 2015

Boca Raton FC - resultados de profissionalismo


 O Boca Raton Football Club é uma equipe de futebol ainda com investimentos básicos, aprendendo a andar e virar-se no maior esporte do mundo. Um recém nascido criando asas, buscando seu caminho. Mas enquanto deveria estar ainda engatinhando, o tal pequeno clube já levanta-se e almeja caminhar por aí, superando as expectativas de uma instituição que possui apenas alguns meses de vida.

 Na última sexta-feira, o clube do sul da Flórida realizou sua segunda partida na APSL no seu verdadeiro alçapão "the Shipyard". Em um jogo muito movimentado e de muitas oportunidades criadas, o Boca Raton saiu derrotado dentro de campo por 1 a 0 pelo Miami Date.

 Mas os números mostram que, se houve derrota, a mesma aconteceu apenas entre as quatro linhas. Fora delas, o clube continua mostrnaod força e organização de gente grande, que muitos clubes espalhados pela América do Sul e Europa não possuem. 

 Com inúmeras atividades e atrações ao longo da partida, o resultado não poderia ser outro que não fosse a casa cheia. Se a média de público da APSL chegava aos modestos 130 expectadores, o Boca Raton simplesmente engoliu sem dó estes números. Com públicos alcançando os 519 e 600 pessoas nas primeiras duas partidas oficiais o clube, respectivamente, é notória a diferença de organização e as ambições do clube em relação aos demais participantes da liga.

 - Nós temos alguns times competentes aqui na liga. O Red Force, o Uruguay e os que aqui se enfrentaram hoje são os mais capazes de almejar algo grande. Mas sem dúvidas não há outro clube na liga com uma estrutura que o Boca Raton tem aqui. Tudo funciona, o público é atraído, a casa enche. Animação total. O futebol acaba virando detalhe, é uma festa - Disse Roberto Linck, dono do Miami Date FC "- Aqui o trabalho de vocês é profissional, uma estrutura que os outros clubes não tem. Em questões estruturais, aqui é um nível muito acima."

 Com animações que atraem o público jovem e as famílias, um bom e coerente calendário de horários, atividades que impressionam os investidores e até as autoridades da cidade de Boca Raton. Não é à toa que a média de público é simplesmente cinco vezes maior que a do restante da liga inteira sozinha.

 O projeto é tão ambicioso que, brevemente, há a possibilidade de já haver esgotamento dos ingressos na próxima partida, ou seja, alcançando um público superior a três mil pessoas em um jogo de Division 4 de um esporte que ainda está em processo de formação, podendo ter números superiores que os de muitos jogos do campeonato brasileiro, por exemplo. Na abertura do torneio, Sport x Figueirense se enfrentaram na cidade Recife para pouco mais de 3 mil pessoas. Isso mesmo. O modesto Boca Raton, de uma liga regional, pode sim atingir os mesmos números que a primeira divisão nacional do país pentacampeão mundial. É a maior prova de que vive outra realidade.

 O profissionalismo fala alto no Sul da Flórida. Organização e profissionalismo vêm dando resultados e comprovando o crescimento antecipado de um bebê que nasceu prematuro. Enquanto ainda era para estar no berço, já buscar andar. Brevemente, aprenderá a falar. Gritar e, quem sabe, rugir.

crowd 2

domingo, 17 de maio de 2015

Empolgação é a palavra-chave - Strikers 0x0 Atlanta

 Pela NASL, o novato Strikers Fort Loderdale realizou mais uma partida de início de temporada. Num zero a zero daqueles bem mornos e desanimados, a equipe de Leonardo Moura saiu de campo com um ponto conquistando e ocupando a terceira colocação na liga, sem vencer e nem convencer.

 Ao redor do estádio, uma festa por si só. Filas nas barracas de camisas, crianças como o principal público, atrações e atividades futebolísticas aos jovens, organização de primeiríssima qualidade. Tudo esquematizado e avançado até demais para uma equipe que nascera há alguns meses atrás. Uma verdadeira febre.

 Mas após a partida, o clima no Lockhart Stadium com silêncio e desânimo passava apenas uma mensagem: O Strikers saiu devendo. Afinal, o fator casa é uma das principais armas da equipe na busca pelo sucesso na NASL. Faltava algo.

 Repleta de jogadores latino americanos, a equipe mostrou que o entrosamento ainda é um problema. Muitos passes errados, falta de padrão de jogo e armações, pouca criatividade e, principalmente, erros grotescos nas conclusões eram notórios no empate sem gols e sem tempero no sul da Flórida.

 - Faltou o último passe. Nossa equipe vem trabalhando bem, mas ainda estamos nos adaptando. Infelizmente o último passe não saía e o objetivo (o gol) não pôde ser alcançado como esperávamos - Disse PC, lateral brasileiro do Strikers, explicando a respeito do que havia faltado para se chegar ao gol - Estamos no caminho certo. estamos nos conhecendo, procurando o entrosamento o mais rápido possível para os resultados acontecerem. Agora é esfriar a cabeça, manter o foco e trabalhar para o segundo jogo. 

 Analisando, o último passe pode sim ter sido uma peça ausente durante toda a partida, mas está longe de ser o único problema. Com pouca organização tática e ambição dentro de campo, o time do Strikers ainda tem um bom caminho a percorrer se quiser encontrar um padrão futebolístico com visibilidade. A disciplina tática e de posicionamento são critérios a serem lembrados.

 Leonardo Moura atuou como armados na primeira etapa. Perdido e sem opções de passe, pouco produziu, assim como o restante da equipe. No segundo tempo, jogou na sua posição de origem, como lateral direito. Apoiou e marcou o tempo inteiro, gerando mais movimentação ao jogo e um pouco mais de virilidade à equipe, que começou a explorar o lado direito do gramado. Por três oportunidades em jogadas iniciadas por Léo na direita, o gol quase surgiu.

 Embora seja o mais habilidoso, Leonardo mostrou que pode render muito mais atuando na sua posição de origem, na qual fez tanto sucesso com a camisa rubro-negra. Colocá-lo como armados não só desestrutura a tática da equipe, como confunde a equipe e não produz um padrão de jogo. 

 Além da falta de um padrão básico, os suportes técnicos da equipe limitam muito seus ataques e formações de jogadas. Com isso, não há criatividade nos setores e pouquíssimas são as oportunidades criadas. E quando produzidas, são desperdiçadas por erros de passe ou finalizações mal feitas. 

 Portanto, se nos Strikers a organização fora das quatro linhas é uma fórmula para o sucesso, há também de se olhar para dentro dos gramados. O clube vem tornando-se uma febre nos corações do povo do sul da Flórida com o passar do tempo. Mas para manter o seu público focado ativamente, é necessário "empolgar". Só dessa forma, o sucesso máximo será alcançado. 


Daniel Braune