terça-feira, 17 de junho de 2014

França 3x0 Honduras - O chip agiu, mas ainda há o que fazer

 Na goleada convincente da seleção francesa sobre a modesta Honduras, os europeus puderam assistir a uma espécie de jogo treino em meio a uma Copa do Mundo. Um verdadeiro passeio de Sakhô, Valbuena, Matuidi e os outros componentes, atropelaram a seleção da América Central, sem precisar sequer de muita velocidade. Comandado pelo artilheiro Benzema, Les Bleus marcaram com tranquilidade três gols na primeira partida, para tentar apagar de vez a vergonhosa campanha em 2010.

 Com um meio de campo compactado, marcação equilibrada, jogadores habilidosos, exploração de bolas aéreas e jogadas trabalhadas pelo meio, a França forma um padrão de jogo não muito rápido, mas que pode envolver o seu adversário com o tempo. Sendo apenas a Honduras, com todo o respeito, não era novidade que não seria nada difícil obter o resultado com certa tranquilidade. O hat-trick de Benzema comprovou com isto com louvor.

 Mas além da vitória convincente de uma das gigantes do futebol, a partida foi marcada pelo primeiro gol definido pela nova tecnologia implantada nos estádios que informa no relógio de pulso do árbitro se a circunferência da bola passou ou não pela linha da baliza. A goal-line technology, ajudará, a partir dos novos tempos, para que não haja mais erros que mudem o rumo das partidas, como o lance de Lampard em 2010, e o de Dienst, em 1966.

 No início da segunda etapa, Benzema chutou, a bola pegou na trave, bateu no goleiro hondurenho e ultrapassou a linha do gol. Sem o chip, as milhares de câmeras não captariam a imagem do gol, quem dirá os olhos desatentos e despreparados da fraca arbitragem mundial. Com o chip, o gol é nítido.

 A primeira polêmica já foi vencida. Porém, a grande questão que vem sendo personagem de erros grotescos no mundial, já tendo anulado diversos gols legítimos nas partidas, é o impedimento. Marcações equivocadas dos auxiliares tem paralisado jogadas perigosas e anulado gols cruciais que podem, de maneira direta, desviar o caminho de várias seleções do mundial.

 Se houve um investimento para a polêmica do gol, que haja outro para a polêmica do posicionamento. Afinal, não basta resolver metade do problema. O futebol evoluiu, o esporte mudou, tudo agora é mais rápido. E junto com toda esta velocidade, a tecnologia deve ser implantada, em todos os sentidos. As marcações não dependem mais de treinamentos ou de capacidades humanas. Da maneira com que ocorrem os lances, não há maneira de se acertar tudo. Nem o ser humano mais perfeito e atento do planeta conseguiria obter cem por cento de sucesso.

 Uma polêmica já se foi. Agora, que se vão todas, num chute só.


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