domingo, 15 de junho de 2014

Costa Rica 3x1 Uruguai - El Castelazo

 O mundo dá voltas. O tempo passa. Tudo que é muito esperado, acaba não acontecendo, simplesmente por ironia do destino, para aprendermos que, no futebol, nada pode ser previsto.
 Copa do Mundo em 1950. Maracanã tomado por um público superior a duzentas mil pessoas. Faixas, jornais, festas e confraternizações já antecipavam a notícia em todo o país: "Brasil campeão do mundo!". Quanto equívoco. Dois a um Uruguai. Maracanã calado, tarde para sempre eternizada, sendo considerada a maior vergonha da história do futebol brasileiro.

 Sessenta e quatro anos depois, a celeste voltava ao Brasil, disposta, empolgada e confiante a fazer história novamente. Faixas de tricampeão, previsões de mais uma saga no Brasil, Luís Suarez poupado da primeira partida, contra a azarada do grupo da morte.
 Em meio a três gigantes do futebol mundial, a Costa Rica, quieta e apequenada pelo mundo, veio ao mundial sem a menor pressão ou obrigatoriedade de classificação. Mas ontem provou que, durante a primeira fase, é capaz de matar dois gigantes para alcançar a próxima fase.
 Com um sistema organizado, o paredão Navas e o habilidoso atacante Campbell, a seleção da América Central engoliu os uruguaios, surpreendendo a todos que esperavam da seleção costa riquenha, o título de saco de pancadas no grupo D.
 
 Após sofrer um gol num pênalti cometido pela defesa de maneira infantil, a Costa Rica voltou na segunda etapa disposta a morder a atual campeã de uma copa no Brasil. Três gols em cruzamentos e enfiadas de bola precisas, conseguindo até o fim administrar com frieza e cautela a histórica vitória
 Se no Uruguai nada ageadava há dois anos, hoje a crise se concretizou. Depois de mais de meio século, os uruguaios entenderam, da pior forma, um pouquinho do que foi aquele Maracanazo para nós. Azar o deles. Melhor para a gente
 Se havia um Maracanazo a ser guardado nas memórias, o Castelazo também há de ser visto com surpresa, também numa Copa do Mundo, também num jogo do Uruguai. 
       

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