quarta-feira, 22 de abril de 2015

Oito ou oitenta, do inferno ao céu - se está ruim, pode tornar-se bom. E vice-versa

 Após viver o ápice de uma das maiores crises econômicas e políticas da história do clube, regada de mistérios e turbulências, o Botafogo de Futebol e Regatas vive um momento de tentar reerguer-se de forma lenta, cautelosa e perigosa. Qualquer pisada em falso em meio a um campo ainda minado de dívidas e dúvidas pode significar um estrago ainda maior. O Botafogo e uma vítima de um forte terremoto longo e caótico que durou um ano. Quase morto, tenta hoje ao menos desdobrar-se em meio aos destroços e ficar de pé, mesmo que ferido, para que assim encontre uma saída do buraco que se encontra.

 Reduzindo salários, quitando dívidas, fazendo acordos financeiros e negociando cada vez menos despesas e mais lucros, mesmo que mínimos. Mas e como dizem: É juntando migalhas que se tem um monte. Bom exemplo é a torcida do Flamengo. Tão mísera, mas em grande quantidade, faz até um barulho.

De anúncios de smartphones a secadores de cabelo, negociações a cada jogo, cortes de gastos e o teto salarial mais baixo do desde o inicio do novo século, o Botafogo junta migalhas, como fazem os animais antes do inverno. Quando vem a estação em junho, entocam-se os bichos e apenas comem, nada de caça. Apenas juntando forças, para tempos depois, voltar apto e preparado ao que e o mundo la fora.
Em 2014, o ano que poderia ser o mais importante da história do clube com uma esperançosa conquista de Libertadores da América, tornou-se um caótico período de 12 meses que levou o clube à segunda divisão nacional em penúltimo lugar no campeonato Brasileiro. Quem sabe 2015, para um clube que necessita poupar até o jornal, não torne-se o início da maior arrancada de nossa história. O
Botafogo ama surpreende, seja negativa ou positivamente.
 A Guanabara já veio. A vaga na final também. O décimo segundo título carioca está mais próximo que nunca de uma equipe tão desacreditada, com jogadores tão desconhecidos e um clube que tenta superar a maior crise financeira de sua história.

Saímos dos destroços. Começamos a caminhar. Falta apenas encontrar a luz no fim do túnel, que possui endereço certo: Estrada dos louros. Placas de acesso? Deixe a estrela solitária conduzir-nos. Do céu ao inferno fomos em um ano. Quem sabe ao paraíso não retornamos novamente? E assim segue a vida de um botafoguense, tal como um elevador e um parque de diversões. Entre altos e baixos, infernais e paradisíacos momentos. Porém, nunca sem emoção.

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