quinta-feira, 11 de julho de 2013

Galo vingador na final - O futebol agradece, o destino resolve

 Por mais uma vez, o futebol mostrou porque é considerado o esporte mais fantástico, imprevisível e emocionante do planeta. Na noite de quarta, Atlético Mineiro e Newell's Old Boys enfrentaram-se na segunda partida das semifinais da Libertadores da América no estádio Independência. O galo entrava em campo precisando de no mínimo dois gols para levar a partida às penalidades.

 Dois clubes com histórias muito semelhantes. Ambos casas de grandes craques, clubes com fome de título, obcecados para terem aos seus pés, a América. Gigantes centenários e adormecidos que, a cada segundo, tentam despertar-se do coma, se levantar e conquistar o mundo, para honrar toda a tradição e o longo e amargo sofrimento das duas torcidas, dando ao confronto um tempero a mais de emoção e frustração, tanto na briga do Galo contra o relógio quanto na luta dos Leprosos contra a pressão do ataque adversário.

 Porém, no futebol é assim. O predestinado nunca perde, sempre estará sendo levado ao caminho certo pelos "Deuses do futebol" e pelo "sobrenatural de Almeida" como assim diziam Armando Nogueira e Nelson Rodrigues, dois poetas que, com certeza, reviraram-se e retorceram-se em seus caixões com as vibrações inexplicáveis deixadas no ar por esta histórica partida em Belo Horizonte.

 No começo da partida, explosão logo de cara para coroar a tensão da massa atleticana. Genialidade de Ronaldinho para deixar Bernard na cara do gol. O menino não desperdiçou como na primeira partida e iniciou a épica história que estava para ser escrita nesta noite. Mas a euforia e empolgação dos atleticanos iam se transformando em rostos tensos, nervosos conforme o tempo passava, o time errava e a arbitragem prejudicava, deixando de marcar dois pênaltis claros em Jô e Diego Tardelli.

 Nos últimos minutos, silêncio no Horto, já que o feitiço virava-se contra o feiticeiro, parecendo dar adeus a um sonho e morrendo no Independência diante de sua apaixonada torcida. Porém, faltando quinze minutos para o apito final, refletores desligam. Um apagão em forma de luz, que iluminou e acalmou os jogadores do Atlético com sua escuridão. Por acaso ou não, estava tudo nas mãos de Deus.

 Recomeça o jogo, o Galo briga contra os onze minutos que lhe restam na Libertadores. Cuca arrisca e manda mais três atacantes a campo: Luan, Alecsandro e Guilherme e tira Bernard e Tardelli. Loucura ? Não. PREDESTINAÇÃO. Faltando sete minutos para o fim, Guilherme acerta um lindo chute e mantém o Galo vivo no Horto. E quem diria ? Logo um ex-cruzeirense salvando o nome do Atlético Mineiro no maior jogo da história do clube.

 Fim de jogo, penalidades. O momento onde um herói pode virar vilão, e vice-versa. Jô, artilheiro da equipe na competição, e Richarlyson, um dos guerreiros do time, perdem suas cobranças. Porém, por pura ação no destino, são salvos do amargo cargo de vilão pelas cobranças perdidas por Guzmán e Cruzado.

 Na últma cobrança, Ronaldinho converteu. Faltava ele, Maxi Rodríguez, o principal jogador do clube argentino e um dos grandes jogadores da decisão. Porém, o craque perde a cobrança em um gol que se fechou diante da vibrante torcida atleticana, das graças do santo destino e das mãos de um gigante São Victor, para mais um delírio do narrador Pequetito. Os até então azarados Cuca e Galo se classificavam para a final da Libertadores, tendo pela primeira vez MUITA sorte em suas histórias.

 Parabéns, Atlético Mineiro. Mostre força e terá, daqui duas semanas, a América aos seus pés. Parabéns, Cuca, pois finalmente, a tua estrela brilhou. Agora é Galo na final. Porque caiu no Horto, tá morto. Mas caiu no Mineirão, É CAMPEÃO. O futebol agradece.

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo texto ! *----*

BrauneFogo disse...

Valeu, amigo! Sempre bom receber elogios, um forte abraço!