domingo, 17 de maio de 2015

Empolgação é a palavra-chave - Strikers 0x0 Atlanta

 Pela NASL, o novato Strikers Fort Loderdale realizou mais uma partida de início de temporada. Num zero a zero daqueles bem mornos e desanimados, a equipe de Leonardo Moura saiu de campo com um ponto conquistando e ocupando a terceira colocação na liga, sem vencer e nem convencer.

 Ao redor do estádio, uma festa por si só. Filas nas barracas de camisas, crianças como o principal público, atrações e atividades futebolísticas aos jovens, organização de primeiríssima qualidade. Tudo esquematizado e avançado até demais para uma equipe que nascera há alguns meses atrás. Uma verdadeira febre.

 Mas após a partida, o clima no Lockhart Stadium com silêncio e desânimo passava apenas uma mensagem: O Strikers saiu devendo. Afinal, o fator casa é uma das principais armas da equipe na busca pelo sucesso na NASL. Faltava algo.

 Repleta de jogadores latino americanos, a equipe mostrou que o entrosamento ainda é um problema. Muitos passes errados, falta de padrão de jogo e armações, pouca criatividade e, principalmente, erros grotescos nas conclusões eram notórios no empate sem gols e sem tempero no sul da Flórida.

 - Faltou o último passe. Nossa equipe vem trabalhando bem, mas ainda estamos nos adaptando. Infelizmente o último passe não saía e o objetivo (o gol) não pôde ser alcançado como esperávamos - Disse PC, lateral brasileiro do Strikers, explicando a respeito do que havia faltado para se chegar ao gol - Estamos no caminho certo. estamos nos conhecendo, procurando o entrosamento o mais rápido possível para os resultados acontecerem. Agora é esfriar a cabeça, manter o foco e trabalhar para o segundo jogo. 

 Analisando, o último passe pode sim ter sido uma peça ausente durante toda a partida, mas está longe de ser o único problema. Com pouca organização tática e ambição dentro de campo, o time do Strikers ainda tem um bom caminho a percorrer se quiser encontrar um padrão futebolístico com visibilidade. A disciplina tática e de posicionamento são critérios a serem lembrados.

 Leonardo Moura atuou como armados na primeira etapa. Perdido e sem opções de passe, pouco produziu, assim como o restante da equipe. No segundo tempo, jogou na sua posição de origem, como lateral direito. Apoiou e marcou o tempo inteiro, gerando mais movimentação ao jogo e um pouco mais de virilidade à equipe, que começou a explorar o lado direito do gramado. Por três oportunidades em jogadas iniciadas por Léo na direita, o gol quase surgiu.

 Embora seja o mais habilidoso, Leonardo mostrou que pode render muito mais atuando na sua posição de origem, na qual fez tanto sucesso com a camisa rubro-negra. Colocá-lo como armados não só desestrutura a tática da equipe, como confunde a equipe e não produz um padrão de jogo. 

 Além da falta de um padrão básico, os suportes técnicos da equipe limitam muito seus ataques e formações de jogadas. Com isso, não há criatividade nos setores e pouquíssimas são as oportunidades criadas. E quando produzidas, são desperdiçadas por erros de passe ou finalizações mal feitas. 

 Portanto, se nos Strikers a organização fora das quatro linhas é uma fórmula para o sucesso, há também de se olhar para dentro dos gramados. O clube vem tornando-se uma febre nos corações do povo do sul da Flórida com o passar do tempo. Mas para manter o seu público focado ativamente, é necessário "empolgar". Só dessa forma, o sucesso máximo será alcançado. 


Daniel Braune

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