Quatro titulares em 58 e 70. Cinco em 62. Era alvinegro o melhor jogador da copa na Suécia, Didi. O melhor da Copa de 62, Garrincha, além do artilheiro, Amarildo. Ainda mais, o goleador do mundial do México, Jairzinho, o único jogador a marcar em todos os jogos de uma edição. Clube que simplesmente já teve os onze jogadores titulares numa partida do Brasil, que goleou a Argentina por 4 a 1.
Grandes nomes, imensas lembranças, inesquecíveis momentos de um clube que, mesmo em crise política, rixa com a torcida, problemas salariais e em um poço de dívidas, consegue estender ainda mais a sua história. Sim, são coisas que só acontecem com o Botafogo.
Jefferson de Oliveira Galvão, 31 anos de idade e pura tranquilidade emocional. Seja onde estiver, em qualquer situação, sua calma e serenidade impressiona. Seja num confronto entre reservas numa taça Rio ou numa final de mundial, ele está lá, pronto, apto e capacitado a evitar que qualquer bola vinda de um bombardeio adversário balance as suas redes. Seu reflexo apurado, sua elasticidade assustadora, a forma como se agiganta diante do atacante, são fatores que comprovam cada vez mais a desumanidade desse ser.
Devido às inúmeras vezes em que salvou e ergueu o Botafogo, era mais que merecida a recompensa ao trabalho duro. Em 2004, com apenas 21 anos, salvou o glorioso do rebaixamento. Foi para o futebol turco, deixando o clube LITERALMENTE sem goleiro durante cinco anos. Foram mais de sete goleiros testados até a sua volta. Retornou em 2009, livrando o alvinegro de mais um rebaixamento. Em 2010, sagrou-se campeão carioca, defendendo um pênalti decisivo de Adriano Imperador. Teve sua primeira convocação na seleção principal, de onde não saiu mais, chegando a ser titular e defender um pênalti. Não há dúvidas de que sua vaga na Copa do Mundo é mais que merecida.
Jefferson conseguiu fazer o que provavelmente poucos, pelo menos neste século, conseguirão fazer. Entrou para uma lista histórica, sagrada, mítica. Gravou e eternizou ainda mais o seu nome no Botafogo de Futebol e Regatas. Porque no meio de um inferno em General Severiano, um anjo surge para enriquecer ainda mais a nossa história. Mais um na lista da selefogo. Agora, são 47.
1930: Benedicto, Pamplona, Nilo, Carvalho Leite; 1934: Pedrosa, Germano, Octacílio, Canalli, Ariel, Waldyr, Martim Silveira, Carvalho Leite, Áttila; 1938: Nariz, Zezé Procópio, Martim Silveira, Perácio, Patesko; 1950: Nílton Santos; 1954: Nílton Santos; 1958: Nílton Santos, Didi, Garrincha; 1962: Nílton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Zagallo; 1966: Manga, Rildo, Gérson, Jairzinho; 1970: Paulo Cézar, Jairzinho, Roberto; 1974: Marinho Chagas, Dirceu, Jairzinho; 1978: Rodrigues Neto, Gil; 1982: Paulo Sérgio; 1986: Josimar, Alemão; 90: Mauro Galvão; 1998: Gonçalves, Bebeto; 2014: Jefferson.
