Quem sou

quarta-feira, 27 de maio de 2015

EUA na dança - domando o monstro de Blatter

 Na manhã desta quarta-feira, o mundo acordou turbulento. O barulho tomou conta daquilo que estava em enorme silêncio. Parte do grande sonho daqueles que prezam pelo bom futebol, muito de repente, fora realizado. Seis agentes poderosos da FIFA presos por suspeita de corrupção e recebimento de propina na escolha do país-sede da Copa do Mundo de 2022. Dentre eles, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin.

 A notícia repercutiu em todos os jornais, de diferentes línguas e locais, de opositores a omissores. Na África que apenas acata às ordens, na América do Sul que joga ao lado da FIFA e na Europa, que vai contra. Sem falar dos Estados Unidos... Pois lá principalmente. Por que será?

 Para quem acompanha o futebol e conhece a respeito do histórico da entidade máxima, o porquê do decreto não é nenhum mistério. Que os chefões mafiosos da entidade máxima do futebol são ligados a esquema da cabeça aos pés, já não é novidade. Mas a grande dúvida era: COMO conseguiram indiciá-los? E QUEM teve tamanha audácia e coragem de enfrentar os tão poderosos e perigosíssimos senhores da FIFA?

 O mandatário da ação não poderia ser outro. Federal Bureau of Investigation, mundialmente conhecida como FBI. Talvez a agência mais forte e poderosa de segurança no planeta, e a entidade máxima de segurança de um certo país: Estados Unidos da América. Aquele mesmo citado no segundo parágrafo, como o país em que mais se falou sobre o escândalo do dia.

 A cada ano, o futebol nos Estados Unidos cresce e tende a crescer ainda mais. Já multicampeões olímpicos, potência na natação, vôlei, força máxima no basquete e no baseball e criadores do futebol americano, só faltava à terra do Tio Sam enquadrar-se no meio do esporte mais popular do mundo.

 A evolução interna já é um trabalho que vinha sendo feito, Formações de ligas, pirâmides organizadas, categorias de base, formação de jogadores, investimentos cada vez maiores, grandes astros atuando em solo americano. Faltava expandi-lo território à fora. Sediar a Copa do Mundo de 2022 seria um grande passo.

 Era nesse ponto que vinha o problema. No mundo do futebol, para se obter sucesso, é necessário andar ao lado da FIFA. Se não ao lado, ao menos não interferir em suas jogadas e tramoias. O lucro, o sucesso e o reconhecimento paravam no bolso, no paletó e até dentro das gravatas dos poderosos chefões. E quem fosse contra, poderia até acordar coma bola cheia de formigas.

 Mas o que os chefões da FIFA não notavam era que o país mais polêmico do mundo vinha com força ingressando-se no maior esporte do mundo. Estados Unidos da América, a máquina de negócios, não queria saber de conversa com chefões. Muito menos em respeitar suas falcatruas. Deu no que deu. E é só o começo.

 Diversos outros casos e agentes vem sendo investigados e revelados, um atrás do outro. Investigações sobre copas de 2010 e 14, vendas de direitos da Copa do Brasil, escândalos na CONCACAF, tramas na agência TRAFFIC. Fala-se até em adiamento de eleições presidenciais. Ao redor do mundo, diversos jornalistas devem estar bem satisfeitos, como Andrew Jenning (autor de "Jogo Sujo"), Juca Kfouri e Jamir Chade. O senador e ex-jogador Romário também demonstrou extrema felicidade. Mas é bom se ter cautela.

 O mundo inteiro vem batendo palmas à agência americana e à polícia suíça, que tiveram a coragem em prender os diabos vestidos de terno, mesmo que apenas uma pequena minoria. Pois entendam que há de se entender que existe uma luta por interesses, não é nada por honra ou justiça. Se fosse por isso, quase a FIFA inteira deveria estar na cadeira desde os seus primórdios. Aliás, não poderia nem existir. Se esta ação fosse um "basta" na corrupção em nome da honestidade, não ocorreria apenas agora, logo no momento de maior crescimento do futebol nos Estados Unidos. Que saiam do trono os poderosos da fifa, mas que o imperialismo seja por fim exterminado.

 Portanto, uma guerra fria no mundo da bola acaba de eclodir, e promete ser longa. Dois gigantes bateram de frente, lutando por seus interesses. Estados Unidos da América e FIFA. Um país sempre almejando crescer sem se importar com nada abaixo de si, enfrentando o verdadeiro monstro comandado por Joseph Blatter e sua turma. E Que Deus proteja o futebol.

 Amém.


Daniel Braune

Resultado de imagem para andrew jogo sujoResultado de imagem para marin sendo preso

Nenhum comentário:

Postar um comentário